Que
buscas ainda, Silvio?
Se,
já, as emoções são tão poucas
E
perdestes as ilusões,
o
encanto de uma voz rouca
que,
talvez, em algum tempo
poderia
te ter feito feliz?
Sossega
Silvio.
Amor
não há.
O
amor é isto mesmo:
anteontem,
a paixão;
ontem,
o vício;
hoje,
este querer morno;
amanhã,
quem sabe, a amizade
ou
a indiferença.
Nesta
quinta-feira
em
que te sentes tão pequeno,
tão
sem forças,
tão
desamparado,
tão
inútil
quanto
sem rumo
pensa
no imprevisto,
nos
dias que virão,
que
são tua esperança.
Hoje,
por falta de perspectiva,
tenta
fazer uma poesia,
mesmo
como esta horrível
e
sem graça.
E
sai.
Vai
para a rua,
espanta
os pombos na praça,
come,
mesmo que o gosto seja ruim,
bebe
contra a tua vontade
de
se dissolver no espaço
do
imensamente nada,
que,
tu bem sabes,
sempre
fostes...
Tu,
desde pequeno sabes,
sempre
soubestes,
que
a vida não tem final feliz.
Não
continue a se enganar.
Solução
não há.
Segue..
Que
a própria vida há de se escoar...
Até
que não poderás mais nem ser infeliz
e,
uns poucos, chorarão por ti.
E
o esquecimento
há
de esconder tua infelicidade, por maior que ela seja.
Força um sorriso
e que Deus te proteja!
Ilustração:
www.contioutra.com
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