Monday, January 18, 2016

Uma poesia de Alexandra Lerma

JAULA                                                                   


Alexandra Lerma

Un pájaro oscuro se me ha metido al pecho
Es ciego
Torpe
Y cristalino
No conoce las ventanas de mi cuerpo
se estrella con recuerdos y sonidos
su aleteo me está dejando sorda
me está dejando muda
y por mis pequeños ojos se va filtrando el aire, la saliva, la sangre emplumada
quizás me he convertido en jaula
en espejo que engaña
en árbol sin retorno
tal vez el pájaro no existe
y es solo la tristeza
tal vez yo soy el pájaro
y el cuerpo es el tuyo.

Jaula

Um pássaro escuro se meteu no meu peito
É cego
Torpe
E cristalino
Não conhece as ventanias de meu corpo
Se despedaça com lembranças e sons
Sua palpitação está me deixando surda
Me está deixando muda
E, por meus olhos pequenos, se vão filtrando o ar, a saliva, o sangue emplumado,
Quem sabe, me converti numa jaula
Em espelho que engana
Em árvore sem retorno
Talvez num pássaro que não existe
E és só a tristeza
Talvez eu seja o pássaro
E o corpo é o teu. 

Ilustração: www.tattooers.net

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