Tuesday, April 03, 2018

Ode a um mago das cordas




ODE A KEITH RICHARDS

Quem entrou e saiu, tantas vezes, do próprio corpo.
Quem caminhou, tantas vezes, com a morte
e viveu sempre no fio da navalha,
não se espanta
em se encontrar nos braços de uma negra gorda do Alabama
ou fazer a turnê do nascer do sol ou da Tequila.
Intimamente sabe que a vida é uma maravilha
por ter escapado do pântano de Dartford
e que o sublime e o ridículo andam de mãos dadas,
daí, não ser nada cheirar as cinzas do pai
como forma de despedida e superação.
Assim como ouvir da mãe, na beira da morte,
que não está tocando bem!
Tão normal
como com dois compassos de “Malagueña” ganhar a velha
ou, com cinco cordas, num riff, se sentir demais
flutuando numa canção acima dos mortais.
Ser isto é ser Keith Richards e nada mais!

ODE A KEITH RICHARDS

Who has come and gone so many times from his own body.
Who walked, so many times, with death
and he always lived on razor's edge,
do not be surprised
to find herself in the arms of a fat black woman from Alabama
or tour the sunrise or the Tequila.
Intimately know that life is a wonder
for escaping from the Dartford Marsh
and that the sublime and the ridiculous go hand in hand,
hence, nothing be smelling the ashes of the father
as a form of farewell and overcoming.
Just as hearing from the mother, on the verge of death,
which is not playing well!
So normal
as with two bars of "Malagueña" to win the old
or, with five strings, in a riff, feel too much
floating in a song above the mortals.
To be this is to be Keith Richards and nothing more!

Ilustração: Uproxx. 




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