Insomnio
Gerardo
Diego
Tú y tu desnudo sueño. No
lo sabes.
Duermes.
No. No lo sabes. Yo en desvelo,
y
tú, inocente, duermes
bajo el cielo.
Tú por tu sueño, y por el
mar las naves.
En
cárceles de espacio, aéreas llaves
te
me encierran, recluyen, roban. Hielo,
cristal
de aire en mil hojas. No. No hay vuelo
que
alce hasta ti las alas de mis aves.
Saber
que duermes tú,
cierta, segura
cauce
fiel de abandono, línea
pura,
tan
cerca de mis brazos maniatados.
Qué pavorosa esclavitud de
isleño,
yo,
insomne, loco, en los acantilados,
las
naves por el mar, tú
por tu sueño.
INSÔNIA
Tu
e teu sonho nu. Tu não o sabes.
Dormes.
Não. Tu não o sabes. Eu em insônia,
e
tu, inocente, dormes sob o céu.
Tu
pelo teu sonho, e, pelo mar, os navios.
Em
prisões espaciais, aéreas chaves
me
prendem a ti, trancam, roubam. Gelo,
cristal
de ar em mil folhas. Não. Não há voo
que
alce até ti as asas dos meus pássaros.
Saber
que dormes, certa, segura
retrato
fiel de abandono, linha pura,
tão
perto dos meus braços amarrados.
Que
terrível escravidão ilhéu,
Eu,
insone, louco, nas falésias,
os
navios pelo mar, tu pelo meu sonho.
Ilustração:
Petrópolis
Para Crianças.
No comments:
Post a Comment