Monday, December 30, 2019

Outra poesia de Mary Oliver




Breakage

Mary Oliver

I go down to the edge of the sea.
How everything shines in the morning light!
The cusp of the whelk,
the broken cupboard of the clam,
the opened, blue mussels,
moon snails, pale pink and barnacle scarred—
and nothing at all whole or shut, but tattered, split,
dropped by the gulls onto the gray rocks and all the moisture gone.
It’s like a schoolhouse
of little words,
thousands of words.
First you figure out what each one means by itself,
the jingle, the periwinkle, the scallop
       full of moonlight.

Then you begin, slowly, to read the whole story.

ARREBENTAÇÃO

Eu desço até a beira do mar.
Como tudo brilha na luz da manhã!
A ponta do búzio,
o armarinho quebrado do molusco,
os mexilhões azuis,  abertos,
caracóis da lua, rosa-pálidas cracas cicatrizadas –
e nada de todo ou fechado, mas em frangalhos, fendido,
largado pelas gaivotas nas pedras cinzentas e toda umidade perdida.
É como uma escola
de pequenas palavras,
milhares de palavras.
Primeiro você descobre o significado de cada uma em si,
o tinir, a pervinca, a vieira
cheia de luar.

Aí você começa, lentamente, a ler a história inteira.
Então você começa, lentamente, a ler toda a história.

Ilustração: Fluxexperience.com.br

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