Thursday, January 28, 2021

Uma poesia de Joaquín Campos

 


TIANANMÉN

 

Joaquín Campos 

La plaza como un aeropuerto
ya no huele a cadáver
sino a vida muerta.

Un niño sonríe ondeando
la insignia nacional.
Su padre, perjudicado,
echa humo por la boca.
La madre,
emocionada,
tira fotos con el móvil.

Un guardia de escaso rango y edad
anhela el fin de su jornada laboral
erecto como un cable.
Mientras, los conductores azotan el asfalto
en una imagen de película.

Y ante todos ellos Mao,
con su gesto impertérrito,
llenando de humillación
todas las cabezas,
las cámaras de fotos,
los bolsillos de las gentes,
y el recuerdo de unos estudiantes
de los que nunca sabremos ni sus nombres.

 

TIANANMÉN

A praça como um aeroporto

não cheira mais a cadáver

sim a vida morta.

 

Uma criança sorri acenando

a insígnia nacional.

Seu pai, prejudicado,

solta fumaça pela boca.

A mãe,

emocionada,

tire fotos com seu celular.

 

Um guarda de pouca patente e idade

anseia pelo fim do seu dia de trabalho

ereto como um fio.

Enquanto os motoristas derrapam no asfalto

numa imagem de filme.

 

E antes de todos eles Mao,

com seu gesto imperturbável,

enchendo de humilhação

todas as cabeças,

as câmeras,

os bolsos das pessoas,

e a memória de alguns estudantes

dos quais nunca saberemos seus nomes.

 

Ilustração: https://www.klia2.info/.

 

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