Wednesday, June 08, 2022

Uma poesia de Andrea Zanzotto

  


Andrea Zanzotto

Eppure tra questa che seppi menzogna,
nella vita, rabbioso m’attardo.
Ecco, è come se verso la brughiera
che è eletta dalla lepre
e che il pioppo circonda e vuole a
ombroso letto ai riposi
della sua corona che perisce
nei giorni, è come se
in questo andare che non ha ancora
senso, ma già rifiuta la paura
rifiuta il silenzio – ah, individuata
e subito confusa legge, bruto
plasma, densissima lingua –
io sia colui che “io”
“io” dire, almeno, può, nel vuoto,
può, nell’immenso scotoma,
“io”, più che la pietra, la foglia, il cielo, “io”:

 

Entretanto, entre isto que aprendi uma mentira,

na vida, raivoso com meu atraso.

Aqui, é como se estivesse em direção ao pântano

que é eleito pela lebre

e que o álamo circunda e deseja

leito sombreado em repouso

de sua coroa que perece

nos dias, é como se

isto andasse ainda que sem

sentido, mas já rejeita o medo

refuta o silêncio - ah, individualiza

e súbito confusa lei, bruto

plasma, densíssima língua -

Eu sou aquele que "eu"

"Eu" direi, pelo menos, posso, no vácuo,

pode, na imenso mancha,

"Eu", mais que a pedra, a folha, o céu, "eu"

Ilustração: https://gartic.com.br/.

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