Sei,
bem sei,
meu amor,
que ganhar na loteria
uma profunda alegria
me daria.
Solução não seria,
pois, com isto, meus problemas
não se acabariam não.
Não ter problemas é ilusão.
Jogo sim.
E com frequência erro-
esta última quina de São João
foi meu inferno-
porém, por coerência
vou em frente-
e não sou de ferro,
da vida rio
só por desafio.
Vejo, de forma diferente,
os problemas dos outros mortais.
Aprendi, com a morte acidental
do professor Zibetti,
que o nosso mundo não foi feito para a paz
e os problemas nunca se resolvem.
Voltam sempre em profusão:
problemas, probleminhas, problemões
que venham!
Para suportá-los
um bom vinho tenho
com um bom tira-gosto
de bacalhau ou de salmão,
se possível,
mas, um bom queijo já resolve.
Não se alcança o impossível.
Problemas, my Love,
só os mortos não tem.
Ilustração: Agência Brasil Central.
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