Tuesday, June 14, 2022

Uma canção de Allen Ginsberg

 


 SONG

 Allen Ginsberg

The weight of the world

is love.

Under the burden

of solitude,

under the burden

of dissatisfaction

 

the weight,

the weight we carry

is love.

 

Who can deny?

In dreams

it touches

the body,

in thought

constructs

a miracle,

in imagination

anguishes

till born

in human--

looks out of the heart

burning with purity--

for the burden of life

is love,

 

but we carry the weight

wearily,

and so must rest

in the arms of love

at last,

must rest in the arms

of love.

 

No rest

without love,

no sleep

without dreams

of love-

be mad or chill

obsessed with angels

or machines,

the final wish

is love

-cannot be bitter,

cannot deny,

cannot withhold

if denied:

 

the weight is too heavy

 

-must give

for no return

as thought

is given

in solitude

in all the excellence

of its excess.

 

The warm bodies

shine together

in the darkness,

the hand moves

to the center

of the flesh,

the skin trembles

in happiness

and the soul comes

joyful to the eye--

 

yes, yes,

that's what

I wanted,

I always wanted,

I always wanted,

to return

to the body

where I was born.

CANÇÃO

O peso do mundo

é amor.

Sob o fardo

da solidão,

sob o fardo

de insatisfação

 

O peso,

o peso que nós carregamos

é amor.

 

Quem pode negar?

Em sonhos

no toque

o corpo,

no pensamento

constrói

Um milagre,

na imaginação

angústias

até nascer

humano-

olha para o coração

queimando com pureza -

para o fardo da vida

é o amor,

 

porém nós carregamos o peso

com extremo cansaço,

e assim devemos descansar

nos braços do amor

afinal,

precisamos descansar nos braços

do amor.

 

Sem descanso

sem amor,

sem dormir

sem sonhos

do amor-

ser louco ou frio

obcecado por anjos

ou máquinas,

o desejo último

é o amor

-não pode ser amargo,

não pode ser negado,

não pode reter

se negado:

 

o peso é demasiado pesado

 

-deve dar

sem retorno

como pensamento

é dado

na solidão

em toda a sua excelência

de seu excesso.

 

Os corpos quentes

brilham juntos

na escuridão,

a mão se move

para o centro

da carne,

a pele treme

na felicidade

e a alma vem

alegremente aos olhos -

 

sim, sim,

era isto é o que

eu queria,

o que eu sempre quis,

o que eu sempre quis,

para retornar

para o corpo

onde eu nasci.

Ilustração: Eu sem fronteiras.

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