Monday, August 05, 2024

Uma poesia de Antonio Rios

 


INESCRUTABLES

Antonio Rios

De esta apostasía en que yergues tus altares

no quedará sino el bostezo

de otra imberbe letanía,

 

la llaga abierta del crepúsculo

sobre pétalos de jacaranda

 

y empaladas a su cruz

tus pupilas abisales.

 

Pero querrías asir el viento,

abarcar su geometría,

su danza incandescente.

 

Aun entonces

no entenderías que el fuego

es más que un vasto páramo

de luciérnagas disecadas.

 

Un asombro del que los mapas

no esculpirán su huella tenue.

 

Y quizás esto sea todo.

 

Todo aquello cuanto los dioses

convinieron suficiente.

INESCRUTÁVEL

Desta apostasia em que erguem seus altares

não restará nada além do bocejo

de outra ladainha imberbe,

 

a ferida aberta do crepúsculo

em pétalas de jacarandá

 

e empalada sua cruz

tuas pupilas abissais.

 

Porém querias pegar o vento,

abranger sua geometria,

sua dança incandescente.

 

Então assim

não entenderia que o fogo

é mais que um vasto planalto

de vaga-lumes empalhados.

 

 

 

Um assombro de que os mapas

não esculpirão sua leve pegada

 

E talvez isso seja tudo.

 

Tudo aquilo que os deuses

Concordaram ser o suficiente.

Ilustração: Jornal O Nortão.

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