Do tempo não tive noção.
Apenas vi que minhas
mãos,
pássaros frementes,
encontravam
no calor de teus seios,
ninhos.
E, ao mesmo tempo,
os gélidos ventos
as faces me esfriavam
com a falta do calor
da boca tua.
Para meu espanto
te vi nua,
uma pintura inimaginável
para o meu desejo louco.
E, lembro,
que fui te beijando aos
poucos
numa gula irrefreável
e sem noção.
Ah! Meu Deus!
Quando, enfim, pus a mão
na flor de amor
mais preciosa
sobreveio o baque:
acordei
e o final do ataque
foi a solidão mais
dolorosa.
Ilustração: Medium.
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