Thursday, August 29, 2024

Uma poesia de Pamela Sneed

 


UNTITLED

Pamela Sneed

Say what you want about my mother/ I know

her cruelty knew no bounds

neglect

never a warm hug

kind word

every year when school came/fall

I looked at the flyers of back to school clothes

Nothing

I wore rags/hand me downs

As soon as I worked she made me pay rent

and that was the message engraved into me

instead of being taught responsibility

I was taught I owed

her rent

the ground I stood on and had no rights

My father’s neglect

The patches put over his eyes

not to see

never a book

nothing

She suffered from mental illness

was selfish

Through blinds

Through stories I get glimpses

Say what you want but she is the greatest fighter

She is going now

She cobbles out a life from the women she watches on housewives shows

Their competition

My neighbor buys a wreath

My mother buys a bigger one

She tells my father when I visit

Strike up the barbeque

She buys corn

pretends it’s a party

I see she has lost weight this visit

the depression she believes there is a man coming to destroy things

and there are bugs

She constantly buys poison

I know I can’t talk to her about depression/the drugs

So I say as gently as I can

Keep your spirits up/ then you will gain back the weight

On the morning I am leaving

She dresses up in nice clothes

And a pair of coral earrings I gave her

She said she’d been skipping meals

But on the morning before I left

perhaps just as a child to show me

She piled her plate full of scrambled eggs with ketchup

And she ate.

SEM TÍTULO

Diga o que você quiser sobre minha mãe/ Eu sei

a crueldade dela não tinha limites

a negligência

nunca um abraço caloroso

uma palavra gentil

todo ano quando a escola chegava/outono

Eu olhava os folhetos de roupas de volta às aulas

Nada

Eu usava trapos/roupas usadas

Assim que comecei a trabalhar, ela me fez pagar aluguel

e esta foi a mensagem gravada em mim

em vez de ser ensinada a responsabilidade

Me ensinaram que eu devia

aluguel a ela

o chão em que eu pisava e não tinha direitos

A negligência do meu pai

As vendas colocados sobre seus olhos

não ver

nunca um livro

nada

Ela sofria de doença mental

era egoísta

Através de persianas

Através de histórias, tenho vislumbres

Diga o que você quiser, mas ela é a maior lutadora

Ela está indo agora

Ela constrói uma vida das mulheres que assiste nos programas de donas de casa

A competição delas

Meu vizinho compra uma coroa de flores

Minha mãe compra uma maior

Ela conta ao meu pai quando eu visito

Ataque o churrasco

Ela compra milho

finge que é uma festa

Vejo que ela perdeu peso nesta visita

a depressão ela acredita que há um homem vindo para destruir as coisas

e há insetos

Ela constantemente compra veneno

Eu sei que não posso falar com ela sobre depressão/drogas

Então eu falo o mais gentilmente que posso

Mantenha seu ânimo/então você ganhará peso de volta

Na manhã em que estou saindo

Ela se veste com roupas bonitas

E um par de brincos de coral que eu dei a ela

Ela disse que estava pulando refeições

Mas na manhã antes de eu sair

talvez apenas como uma criança para me mostrar

Ela empilhou seu prato cheio de ovos mexidos com ketchup

E ela comeu.

Ilustração: Modaísa.

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