Saturday, August 03, 2024

Uma poesia de Janel Pineda

 


MUJER  MALVADA

Janel Pineda

To La Siguanaba

I sprout from your black
waters—arms rooting 
to earth, bajo luna del lago
Coatepque. I am birthed
from your memory, given
a new skin and hide
to brush and braid, ashes
de Izalco dusting my hair. 

My hands, still my hands,
marked by your myth:
calloused, rope-burned, 
nails sharpened to blade.

My face, still my face,
goes missing sometimes
(just like yours, Sihuehuet.)

My body, my body,
safe because you took
yours back.
Safe because
you took theirs instead. 

MULHER MALVADA

Para La Siguanaba

Eu broto do suas águas

Pretas- braços enraizando

na terra, sob a lua do lago

Coatepque. Eu sou nascido

de sua memória, dado

uma nova pele e esconderijo

para escovar e trançar, as cinzas

de Izalco tirando o pó de meus cabelos.

 

Minhas mãos, ainda minhas mãos,

marcadas pelo seu mito:

calejadas, queimadas pela corda,

unhas afiadas na lâmina.

 

Meu rosto, ainda meu rosto,

desaparece, às vezes,

(assim como o seu, Sihuehuet.)

 

Meu corpo, meu corpo,

seguro porque tu pegaste

o seu de volta. Seguro porque

pegaste o deles em vez disso.

Ilustração: El Salvador Travel.

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