Tuesday, February 11, 2025

Uma poesia de Paula Arbona

 


LO RARO ES VIVIR

Paula Arbona

Lo normal es agrietarse
como catedrales
que no se han movido,
que sólo han visto
su reflejo en los charcos.
Lo normal es
partirse los labios
por la falta de amor,
por la falta de agua
de un amor vacío.
Lo normal es morir,
vivir en una constante
putrefacción.
Mi corazón
no puede morir,
sangra
pero no se agrieta,
asoma la cabeza
en la lluvia.
Mi corazón
es la cosa rara.

O RARO É VIVER

É normal rachar

como as catedrais

que não se moveram,

que eles só viram

seu reflexo nas poças.

O normal é

partir os lábios

por falta de amor,

por falta de água

de um amor vazio.

O normal é morrer,

viver em uma constante

putrefação.

Meu coração

não pode morrer,

sangra

porém não se racha,

põe a cabeça para fora

na chuva.

Meu coração

é uma coisa rara.

Ilustração: Eu Rio.

No comments: