Saturday, March 08, 2025

Uma poesia de Milo de Angelis

 


Milo de Angelis

 

Il luogo era immobile, la parola scura. Era quello

il luogo stabilito. Addio memoria di notti

lucenti, addio grande sorriso. Il luogo era lì.

Respirare fu un buio di persiane, uno stare primitivo.

Silenzio e deserto si scambiavano volto e noi

parlavamo a una lampada. Il luogo era quello. I tram

passavano radi. Venere ritornava nella sua baracca.

Dalla gola guerriera si staccavano episodi. Non abbiamo

detto più niente. Il luogo era quello. Era lì

che stavi morendo.

 

O lugar estava imóvel, a palavra escura. Era aquele

o lugar estabelecido. Adeus memória das noites

reluzentes, adeus grande sorriso. O lugar era ali.

Respirar foi uma escuridão de persianas, um estar primitivo.

Silêncio e deserto se intercambiaram o rosto e nós, outros,

falávamos a uma lâmpada. O lugar era aquele. E circulavam

poucos bondes. Vênus regressava à sua barraca.

Desd’a garganta guerreira se desprendiam episódios. Não

dissemos nada mais. O lugar era aquele. Era ali

onde estavas morrendo.

Ilustração: Meu Valor.


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