Sunday, May 25, 2025

Uma poesia de Pramila Venkateswaran

  


 

    BODY LANGUAGE

    Pramila Venkateswaran

On the fringes of conversations
surging around me in a different language,
my tongue is frozen in English.
Silence funnels into my body
I reach for words I recognize—
‘kitap’ book, ‘café,’ brand names.

 

I nod and smile trying not to look demure,
use abhinaya, throw open the nine gates of emotion,
let wonder, worry, fear, ire, envy, disgust,
piety, surprise, and love cavort on my face,
my hands aiding me, a language refugee,
roaming bazaars and sun-weathered ruins.

“Thank you,” I say to the waiter, touching my heart
as he places aromatic coffee on the table.
Beyond the courtyard, the peach dome of a mosque.
I expect the muezzin to sing at noon,
remember Haji Ali dargah, a moon on the bay
on my bus rides home from college.

In Kolkata when I was 9, I’d played silently,
my ear tuned to my classmates chattering in Bengali,
drinking their words until they became mine.

A LINGUAGEM DO CORPO

Às margens das conversas

surgindo ao meu redor em uma língua diferente,

minha língua está congelada em inglês.

O silêncio se afunila em meu corpo

Procuro palavras que reconheço-

livro 'kitap', 'café', nomes de marcas.

 

Eu aceno e sorrio, tentando não parecer recatada,

uso abhinaya, abro os nove portões da emoção,

deixo a admiração, a preocupação, o medo, a ira, a inveja, o desgosto,

a piedade, a surpresa e o amor florescerem em meu rosto,

minhas mãos me ajudando, uma refugiada da língua,

vagando por bazares e ruínas ensolaradas.

 

"Obrigada", digo ao garçom, tocando meu coração

enquanto ele coloca o café aromático na mesa.

Além do pátio, a cúpula cor de pêssego de uma mesquita.

Eu espero que o muezim cante ao meio-dia,

lembro-me de Haji Ali dargah, uma lua na baía

nas minhas viagens de ônibus para casa depois da faculdade.

   

    Em Calcutá, quando eu tinha 9 anos, eu brincava em

    silêncio,

    com os ouvidos atentos aos meus colegas conversando      

    em bengali,

    bebendo suas palavras até que elas se tornassem

    minhas.

    Ilustração: SME.

No comments: