Wednesday, May 21, 2025

Uma poesia do poeta chileno William Keith Sutherland

 


CON EL ALMA

William Keith Sutherland

Tomé mis pasos, fríos, húmedos igual que mi rostro, y emprendí el camino.

Mi vida nómade, era suspiro deambulando entre tus hojas sin aún saberte cierta, era viento raudo entre tus rocas marinas, era ola desmayada, esperando reventar en tu mar nocturno, sonoro, infinito, orgásmico.

No busqué y llegaste ¿A qué se debe tanta vida que me es legada?

Mi silueta desnuda, inundada de raíces este campo santo que pare tanto olvido.

Mis manos sembraban fugaces estrellas en medio de una despedida, bajo el pecho pecoso de la diosa de este último firmamento.

La lluvia besaba el granito de mi lengua versada en la pureza, como soltura de un espíritu escondido entre la hierba fresca, agitada por las manos de ausentes dioses, en esta indolente lejanía.

Insondable es mi reflejo, un pálpito anacoreta, un hacha anclada en carne media, derramando vendimia al otro lado de tus bordes.

Bebí de tu vertiente pura y cálida sin tenerte, navegué aquellas aguas entre los muslos de tus montes, y abracé como un templo, tu fe más lejana.

Recorrí tu cuerpo desnudo como aguacero, acuné tus amaneceres y tu atardecer más triste, hice mío tu dolor más hondo, en silencio, observándote, como el tiempo, como beso eterno donde la razón no dicta s cátedra, ahí donde mis palabras fueron lengua en lo profundo y sublime, y levanté mi cuerpo en un mordisco, para caer de nuevo como hoguera en este encendido instante donde no hago más que darme a ti.

Me senté a navegar con mis ojos aquella tardecita lluviosa en el borde del estrecho mar, y sentiste al mundo como un temblor.

Acercaste esa distancia que deseas,y me hice poesía entre tus labios, un ave feliz en este mundo y posé mi razón frágil, entrega desnudada entre tus manos como un perdón.

Ahora, despierto en medio del embate de la razón, y sin embargo, aún estás ahí, tan presente sin tenerte, como bella melodía que siento, mas no veo; que me toca, hasta mi alma más lejana, aquella aún por nacer.

Aún amo aquel libro que selló en una conversación un destino, que aferró mis manos a una mirada, y que sin desear, rebosa todos mis sentidos.

COM A ALMA

Peguei meus passos, frios e úmidos como meu rosto, e parti.

Minha vida nômade era um suspiro vagando entre suas folhas sem ainda saber-te certa, era um vento rápido entre suas rochas marinhas, era uma onda fraca, esperando para estourar em seu mar noturno, sonoro, infinito, orgástico.

Não busquei e chegastes. Por que tanta vida me foi legada?

Minha silhueta nua, inundada de raízes, esse campo sagrado que impede tanto esquecimento.

Minhas mãos semearam estrelas fugazes em meio a uma despedida, sob o peito sardento da deusa deste último firmamento.

A chuva beijou o granito da minha língua versada em pureza, como a frouxidão de um espírito escondido entre a erva fresca, agitado pelas mãos de deuses ausentes, neste indolente afastamento.

Meu reflexo é insondável, o batimento cardíaco de um anacoreta, um machado ancorado no meio da carne, derramando colheita de uvas do outro lado de suas bordas.

Bebi da tua fonte pura e cálida sem ter-te, naveguei por aquelas águas entre os músculos das tuas montanhas, e abracei como um templo, a tua fé mais distante.

Corri sobre teu corpo nu como um aguaceiro, embalei teus amanheceres e teus entardeceres mais tristes, fiz minha a tua dor mais profunda, em silêncio, observando-te, como o tempo, como um beijo eterno onde a razão não dita seu ensinamento, ali onde minhas palavras eram língua no profundo e sublime, e ergui meu corpo numa mordida, para cair de novo como uma fogueira num instante ardente onde não faço outra coisa senão entregar-me a ti.

Sentei-me para navegar com os olhos naquela tardezinha chuvosa à beira do mar estreito, e sentiste o mundo tremer.

Te aproximaste à distância que desejas, e eu me tornei poesia entre seus lábios, um pássaro feliz neste mundo e coloquei minha razão frágil, entregue nua nas tuas mãos como um perdão.

Agora, desperto em meio ao combate da razão, e, sem embargo, continuas aí, tão presente sem te ter, como uma bela melodia que sinto, mas não vejo; que me toca, até mesmo a alma mais distante, aquela que ainda vai nascer.

Eu ainda amo aquele livro que selou um destino numa conversa, que segurou minhas mãos num olhar e que, sem querer, transbordou todos os meus sentidos.

Ilustração: Universal.Org. 

 

No comments: