Estou,
lenta e seguramente, aprendendo a lidar com a dor.
A
dor, agora, já não é mais aquela coisa estranha.
Na
verdade, a dor, quando é imensa, se entranha
E,
mesmo tirando pedaços, fica dentro de nós,
A passear, se remexer, à vontade e atroz
Como se tivesse direito a um corpo que não é o seu...
A passear, se remexer, à vontade e atroz
Como se tivesse direito a um corpo que não é o seu...
De
tal forma que, se desaparece sem motivo,
Nos induz a ser muito mais perceptivo
Nos induz a ser muito mais perceptivo
Com a sensação de que alguma coisa se perdeu.
A
dor se comporta como a proprietária dos sentidos
Ainda
quando os esmaga, rompe, torce, rasga
Indiferente a como ficamos nos engasga,
nos fragiliza, nos amedronta ao variar
nos fragiliza, nos amedronta ao variar
E
nos faz chorar pensando que vamos acabar.
A
dor de tão insensível e cruel tem variações
Que
nos alegram como se fosse um sinal
De que,
afinal, estamos vivos, que temos emoções.
A
dor, no momento, é minha grande companheira
E se
comporta como se fosse minha amiga a vida inteira
Com uma
familiaridade que, às vezes, me assusta
E a
minha grande aposta é de que, também, de mim gosta.
Bem, e se não for, para suportá-la, acreditar o que me custa
Se, quando penso que já foi, eí-la de volta?
Se, quando penso que já foi, eí-la de volta?
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