Tuesday, February 14, 2017

DUAS POESIAS DE FEDERICO HERNÁNDEZ AGUILAR

PALABRA Y TIEMPO                              
(Paréntesis kantiano)

Federico Hernández Aguilar

Para callar no necesito mi silencio.

Me muevo.
Se mueve la hoja que cae y no lo sabe.
El aire es la denuncia natural del tiempo.

Para callar no necesito mi silencio.

No puedo remover una pestaña
sin tocar un rostro.
La palabra es injusta si la tengo.

Para callar no necesito mi silencio.
Necesito tiempo.

PALAVRA E TEMPO

(Parênteses kantiano)

Para calar não necessito de meu silêncio.

Me movo.
Se move a folha que cai e não sabe.
O ar é a denúncia natural do tempo.
Para calar não necessito meu silêncio.

Não posso remover uma sobrancelha
sem tocar um rosto.
A palavra é injusta se a tenho.

Para calar não necessito meu silêncio.  
Necessito de tempo.


EDAD DEL INSOMNIO

Federico Hernández Aguilar

Entendí que la lluvia muere
cuando escuché al agua decir: “Ya voy”.

Hay quien piensa que se puede mirar a un pato
y no sentir cosquillas en los dedos de los pies.

Tu retrato no escucha la gotera.
Eso es seguro.

IDADE DA INSÔNIA

Entendi que a chuva morreu
quando escutei a água dizer: “Já vou”.

Há quem pensa que pode olhar a um pato
e não sentir coceira nos dedos dos pés.

Teu retrato não escuta a goteira.
Isso é seguro.

Ilustração: revista fevereiro - "política, teoria, cultura"

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