Thursday, February 23, 2017

Mais uma poesia de Edgar O'Hara

GESTO PRIVADO         

Edgar O´Hara

1

En tales circunstancias, asiduo a la marea,
palpo en la voz de un sueño esa espuma hecha carne.

Y hacia el hondo mar de tus cabellos
se demora en delicia mi palma.

2

eso no lo inventé eso me inventa me constituye por eso gira el abecedario no sólo las virutas eso en vez de siempre eso pienso agua revivida eso nos piensa nos traspasa en seco y humedece eso lo sabe la garganta bien cerrada eso que el aire no ventila eso dilata permanece en nunca de eso caímos a eso vamos sin reposo se cumple eso condimenta eso tierra perenne eso lomita de fuego eso irresistible estremecer de allá eso el agobio eso mismo la lumbre estoy en eso mi videncia eso respiro eso desbórdame tan ciego eso manantial en brasa


GESTO PRIVADO


Em tais circunstâncias, assíduo à maré,
apalpo na voz de um sonho essa espuma feita carne.

E até o fundo do mar dos teus cabelos
se demora, em delícia a palma da minha mão.

2


Isso não  o inventei isso me inventa me constitui por isso gira o alfabeto não somente as lascas isso em vez de sempre isso penso água revivida isso nos pensa nos trespassa em seco e umedece isso sabe à garganta bem fechada isso que ar não ventila isso dilata permanece sempre que caímos nisso vamos repouso se cumpre isso se temperar essa terra perene esse montículo de fogo que irresistivelmente estremece mais além desse fardo  essa mesmo fogo  isso em minha  vidência que respiro que desborda-me tão cego esse manancial em brasa

Ilustração: Imago Medieval. 

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