Friday, February 10, 2017

Uma poesia de Luis García Montero



DÉJAME, PENSAMIENTO, DÉJAME

Luis García Montero

Déjame, pensamiento, déjame,
mañana seré tuyo,
volveré a ser tu presa.
Pero hoy,
mientras la luz araña en los árboles y pide
una oportunidad,
quiero que me recoja la inútil primavera.

A la casa del frío
regresaré mañana, cuando el tiempo
exponga sus razones
y el corazón pregunte
lo que falta por ver,
cuántos latidos
pueden quedarle para detenerse.

Deixa-me, pensamento, deixa-me

Deixa-me, pensamento, deixa-me
amanhã serei teu,
voltarei a ser tua presa.
Porém hoje,
enquanto a luz arranha nas árvores e pede
uma oportunidade,
quero que me recolha a inútil primavera.

À casa do frio
regressarei amanhã, quando o tempo
tiver exposto suas razões
e o coração perguntar
o que falta ver,
quantos batimentos
podem ocorrer para me deter. 

Ilustração: Fuga da Caverna. 

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