Tuesday, February 21, 2017

Uma poesia de Juan Carlos Galeano

NUBES                                                    
Juan Carlos Galeano

Mi padre se vino a vivir al Amazonas para enseñarles a los indios
a armar rompecabezas con las nubes.

Para ayudarle,  todas las tardes mi hermano y yo
corremos tras las nubes desocupadas que pasan allá arriba.

Las nubes aparecen y desaparecen como si fueran pensamientos.

Cerca de nuestra casa muchos indios hacen cola
para armar rompecabezas con las nubes que les son más familiares.

Aquí unas nubes se parecen a los árboles,  y otras les recuerdan los pirarucús.

Por allá los indios buscan una nube para completarle la cabeza a un armadillo.

"Con el agua de los ríos y los juegos de ciudad",  les escribe mi padre
a sus amigos, "nuestros indios se divierten y aprenden a pensar".

A mi hermano y a mí nos gustaría mejor que las nubes se volvieran merengues
para comérnoslas con leche a la hora de la cena.

NUVENS

Meu pai foi viver na Amazônia para ensinar os índios
a armar quebra-cabeças com nuvens.

Para ajudá-lo todas as noites eu e meu irmão
Corremos atrás das nuvens desocupadas que passavam lá em cima.

As nuvens aparecem e desaparecem como se fossem pensamentos.

Perto de nossa casa muitos índios fazem fila
Para armar quebra-cabeças com as nuvens que lhes são mais familiares.

Aqui algumas nuvens se parecem com as árvores, e outras lembram os pirarucus.

Lá os índios procuram uma nuvem para completar a cabeça de um tatu.

"Com a água dos rios e jogos da cidade", escreve meu pai
para seus amigos, "nossos índios se divertem e aprendem a pensar".

A meu irmão e a mim gostaríamos mais que as nuvens fossem suspiros para comê-los com leite na hora do jantar.


Ilustração: Blog Graciliano On-line

No comments: