Xavier
Villaurrutia
Pongo
el oído atento al pecho,
como,
en la orilla, el caracol al mar.
Oigo
mi corazón latir sangrando
y
siempre y nunca igual.
Sé
por quién late así, pero no puedo
decir
por qué será.
Si
empezara a decirlo con fantasmas
de
palabras y engaños, al azar,
llegaría,
temblando de sorpresa,
a
inventar la verdad:
¡Cuando
fingí quererte, no sabía
que
te quería ya!
Inventar a verdade
Ponho
o ouvido atento ao peito,
como,
na praia, o caracol ao mar.
Ouço
meu coração bater sangrando
e
sempre e nunca igual.
Sei
por quem bate assim, porém, não posso
dizer
por que será.
Se
começasse a dizê-lo com fantasias
de
palavras e enganos, ao acaso,
chegaria,
tremendo de surpresa,
à
inventar a verdade;
Quando
fingi querer-te, não sabia
que já
te queria!
Ilustração: Criar um Blog Grátis.
No comments:
Post a Comment