Friday, August 04, 2017

E, MAIS UMA VEZ, BORGES

Una rosa                                                                                     
Jorge Luis Borges 

De las generaciones de las rosas
Que en el fondo del tiempo se han perdido
Quiero que una se salve del olvido,
Una sin marca o signo entre las cosas
Que fueron. El destino me depara
Este don de nombrar por vez primera
Esa flor silenciosa, la postrera
Rosa que Milton acercó a su cara,
Sin verla. Oh tú bermeja o amarilla
O blanca rosa de un jardín borrado,
Deja mágicamente tu pasado
Inmemorial y en este verso brilla,
Oro, sangre o marfil o tenebrosa
Como en sus manos, invisible rosa.

Uma rosa

Das gerações das rosas
Que no fundo do tempo se hão perdido
Quero que uma se salve do esquecimento,
Uma sem marca ou sinal entre as coisas
Que foram. O destino me depara
Este dom de nomear pela primeira vez
Essa flor silenciosa, postera
Que Milton aproxinou de seu rosto,
Sem vê-la. Oh tú vermelha ou amarela
Ou branca rosa de um  jardim excluído,
Deixa magicamente teu passado
Imemoriail e  neste verso brilha,
Ouro, sangue,  marfim ou escura
Como em suas mãos, invisível a rosa.

Ilustração: Galeria – Colorir.


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