Monday, August 21, 2017

MAIS UMA POESIA DE ELVIO ROMERO



PARADA                                                  

Elvio Romero

Acaso reste sólo
una sombra donde dormir.

Y todo por un sorbo
de cántaro que no fue, que pudo ser
agua sin vicisitud, de manantial, o bien
lluvia de aplacar la sed, pregusto
de amparo en el sinsabor, acaso
una piedra donde caer,
un tronco donde descansar.

O una sombra donde dormir.

Acaso nos quede ya
por todo abrigo lo que va

un camino de fatigar, de nube oscura o sal
de arenisca, cosas pobres para vivir
o tal vez -cosas pobres de la heredad-
un desgastado atardecer,
un cántaro donde llorar.

Acaso reste sólo
un cántaro donde llorar.


PARADA

Talvez reste só
uma sombra onde dormir.

E tudo por um sorvo
de um jarro que não foi, o que poderia ser
água sem vicissitudes, da manancial, ou vem
chuva de aplacar a sede, pregosto
de amparo no sem sabor, talvez
uma pedra onde cair,
um tronco onde descansar.

Ou uma sombra onde dormir.

Um caminho de fadiga, de nuvem escura ou sal
de arenito, coisas pobres para viver
ou talvez - coisas pobres da herança -
um desgastado entardecer,
um jarro onde chorar.

Talvez reste só
um jarro para chorar.

Ilustração: Pinterest. 


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