Quando uma peça ruim se
repete tanto e o teatro continua repleto tenho a sensação de que, em alguma hora,
despertarei do pesadelo. Porém, não é assim. O tempo ri de mim, do que penso
ser racional e real e, dia após dia, o teatro se repete, cada vez pior, não
como farsa ou comédia e sim como uma repetição brutal de que a força, agora
armada de tecnologia, impõe esta agonia sem saída. Nada é virtual-como desejaria.
Tudo, porém é imagem, inconsistência, e, sem clemência, temos que dizer que se
trata de um trabalho genial enquanto debulhamos o milho infindável sem um aí.
A opinião, agora, não mais tolerada se torna crime. E temos que ouvir calados que
roubar nossa liberdade é a melhor forma de nos proteger. Orwell, que ninguém
sabe quem é, nos lembra que em um dia claro e frio pode ter borrões incompreensíveis
e que, qualquer ano, pode terminar, ou não. As palavras são o que você quiser.
Ilustração: Companhia das
Letras.
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