“When did the ‘present’
begin?” Lauren Berlant
When the tyrant’s voice comes on the car radio,
I close my eyes in an effort to slow the rate at which hopelessness enters
me. With this act, I hurl myself faster toward extinction.
Every morning, I stretch, put food in my
throat, and fail to forgive myself.
At night, I sit down to watch last year’s
extinctions paint the wall, while next time’s fire buffers in a
perpetual next time.
Somewhere between these, I occupy the present
tense, with all the confidence of a settler.
Sometime before was when the things we survived
happened. What am I surviving today: the war or its unending ending?
I remember none of it and so live without
language for its opposite.
The country (was/is) divided, the US military
(occupied/has occupied) the country, I (return/am returning) there.
What is the opposite of the present
tense?
(I’m speaking, I say, until it’s no
longer true.)
I love next time. I love it
with all the declarative confidence of a child who’s never fished the
softened bodies of her parents from a river as soldiers chew cud.
History hangs inside me, like a dependent
clause.
History ends when its mirrors rush from the
future like brake lights, polishing me into language.
After the catastrophe. By polishing me; through
buffering grammar. In red memories dotting the highway smudged out by a
storm. By the tyrant, unevenly distributed. With current.
The screech of tires is just the sound of my
past catching up with yours.
SENSÍVEL AO TEMPO
“Quando começou o ‘presente’?” Lauren
Berlant
Quando a voz do tirano toca no rádio do carro, eu
fecho os olhos em um esforço para diminuir a velocidade com que a
desesperança entra em mim. Com este ato, me lanço mais rápido em direção à
extinção.
Todas as manhãs, eu me estico, coloco comida na
garganta e não consigo me perdoar.
À noite, sento-me para observar as extinções do
ano passado pintarem a parede, enquanto o fogo da próxima vez se amortece
perpétuo próximo tempo.
Em algum lugar entre estes, eu ocupo o tempo
presente, com toda a confiança de um colono.
Algum tempo antes foi quando as coisas a que
sobrevivemos aconteceram. A que estou sobrevivendo hoje: à guerra ou ao seu
final sem fim?
Eu não me lembro nada disto e assim vivo sem
linguagem para o seu oposto.
O país (estava/está) dividido, os militares dos
EUA (ocuparam/ocuparam) o país, eu (volto/estou voltando) lá.
Qual é o oposto do tempo presente?
(Estou falando, eu digo, até que não seja mais
verdade.)
Eu amo o próxima tempo. Eu amo isto com toda a
confiança declarada de uma criança que nunca pescou os corpos amolecidos de
seus pais em um rio enquanto soldados ruminavam.
A história paira dentro de mim, como uma
cláusula dependente.
A história termina quando seus espelhos correm
do futuro como luzes de freio, polindo-me na linguagem.
Depois da catástrofe. Polindo-me; através da
gramática carregada. Em memórias vermelhas pontilhando a estrada borrada
por uma tempestade. Pelo tirano, distribuído de forma desigual. Com
corrente.
O guincho dos pneus é apenas o som do meu
passado alcançando o seu.
Ilustração: Viva Bem Uol.
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