SONETO XVII
Francisco de Figueroa
Perdido ando, señora, entre la gente,
sin vos, sin mí, sin ser, sin Dios, sin vida;
sin vos, porque no sois de mí servida;
sin mí, porque no estoy con vos presente;
sin ser, porque de vos estando ausente
no hay cosa que del ser no me despida;
sin Dios, porque mi alma a Dios olvida
por contemplar en vos continuamente;
sin vida, porque ya que haya vivido,
cien mil veces mejor morir me fuera
que no un dolor tan grave y tan extraño.
¡Que preso yo por vos, por vos herido,
y muerto yo por vos d'esta manera,
estéis tan descuidada de mi daño!
SONETO XVII
Perdido ando, senhora, entre a gente,
sem vós, sem mim, sem ser, sem Deus, sem vida;
sem vós, porque não sois de mim servida;
sem mim, porque não estou com voz presente;
sem ser porque de vós estando ausente
não há coisa que do ser não me despida;
sem Deus, porque minha alma a Deus olvida
por contemplar a vós continuamente;
sem vida, porque por mais que haja vivido,
cem mil vezes melhor morrer me fora
que ter uma dor tão grave e estranha.
Que preso estou por vós, por vós ferido,
e morto eu por vós desta maneira,
estais tão descuidada de que me arranha!
Perdido ando, senhora, entre a gente,
sem vós, sem mim, sem ser, sem Deus, sem vida;
sem vós, porque não sois de mim servida;
sem mim, porque não estou com voz presente;
sem ser porque de vós estando ausente
não há coisa que do ser não me despida;
sem Deus, porque minha alma a Deus olvida
por contemplar a vós continuamente;
sem vida, porque por mais que haja vivido,
cem mil vezes melhor morrer me fora
que ter uma dor tão grave e estranha.
Que preso estou por vós, por vós ferido,
e morto eu por vós desta maneira,
estais tão descuidada de que me arranha!
Ilustração:
memoriasdaescrita.wordpress.com
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