Ave
de paso
“No soy yo ni el otro soy,
sino ¨ alguien intermedio:
pilar del puente de tedio
que va del ayer al hoy”.
(Enmienda de plana a Mário de Sá-Carneiro.)sino ¨ alguien intermedio:
pilar del puente de tedio
que va del ayer al hoy”.
Luis Cañizal de la Fuente
(He soñado que era otro
más joven y más alegre,
descubridor de amigos de ronco pico de pato,
perdedor de papeles y de tiempo,
comedor de hortalizas a la noche de juerga
y encontrador de hermanos no perdidos.
Pero con la mañana
paso a ser una campa de feria
desierta en un rincón de Portugal:
van cayendo las horas
y justifican mi razón de ser,
una tras otra, mantas,
caballitos, ronquera de reyertas,
tendidos de cerámica, zapatos,
humo de hogueras, voces de pregones,
tropezones
de compradores torpes contra vientos tensos
de tendejones de campaña, imprecaciones
y miradas al cielo de tormenta.
Nunca estuve más lleno y habitado
de gente ajena a mí. De pájaros de cuenta.)
Ave de migração
"Não sou eu, nem outro sou ,
sim alguém intermediário
pilar da ponte tédio
que vai de ontem para hoje. "
(Emenda de página-Carneiro Mário de Sá).
sim alguém intermediário
pilar da ponte tédio
que vai de ontem para hoje. "
(Emenda de página-Carneiro Mário de Sá).
Luis
Cañizal de la Fuente
(Eu sonhei que era outro,
mais jovem e mais alegre
descobridor de amigos de ronco de bico de pato,
perdedor de papel e de tempo,
comedor de legumes noite afora
e localizador de irmãos não perdidos.
Porém, com a manhã
passo a ser uma banca de feira
numa esquina deserta de Portugal:
as horas vão passando
e justificam minha razão de ser,
um após o outro, os cobertores,
os cavalos, a rouquidão de brigas,
as linhas de cerâmica, os calçados,
a fumaça da fogueira, as vozes dos pregões,
tropeções
de compradores contra os ventos tensos
das campanhas das pequenas lojas , imprecações
e olhares para o céu de tempestade.
Eu nunca estive mais repleto e ocupado
de pessoas de alheias a mim. De pássaros de conta.)
(Eu sonhei que era outro,
mais jovem e mais alegre
descobridor de amigos de ronco de bico de pato,
perdedor de papel e de tempo,
comedor de legumes noite afora
e localizador de irmãos não perdidos.
Porém, com a manhã
passo a ser uma banca de feira
numa esquina deserta de Portugal:
as horas vão passando
e justificam minha razão de ser,
um após o outro, os cobertores,
os cavalos, a rouquidão de brigas,
as linhas de cerâmica, os calçados,
a fumaça da fogueira, as vozes dos pregões,
tropeções
de compradores contra os ventos tensos
das campanhas das pequenas lojas , imprecações
e olhares para o céu de tempestade.
Eu nunca estive mais repleto e ocupado
de pessoas de alheias a mim. De pássaros de conta.)
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