Sentados
frente al fuego
Jorge Tellier
Sentados frente al fuego que envejece
miro su rostro sin decir palabra.
Miro el jarro de greda donde aún queda vino,
miro nuestras sombras movidas por las llamas.
Esta es la misma estación que descubrimos juntos,
a pesar de su rostro frente al fuego,
y de nuestras sombras movidas por las llamas.
Quizás si yo pudiera encontrar una palabra.
Esta es la misma estación que descubrimos juntos:
aún cae una gotera, brilla el cerezo tras la lluvia.
Pero nuestras sombras movidas por las llamas
viven más que nosotros.
Sí, ésta es la misma estación que descubrimos juntos.
—Yo llenaba esas manos de cerezas, esas
manos llenaban mi vaso de vino—.
Ella mira el fuego que envejece.
Sentados em frente ao fogo
Sentados em frente ao fogo que envelhece
olho seu rosto sem dizer uma palavra.
Olho o jarro de barro onde ainda há vinho,
olho nossas sombras movidas pelas chamas.
Esta
é a
mesma estação que descobrimos juntos,
apesar de seu rosto diante do fogo,
e de nossas sombras movidas pelas chamas.
Talvez, sim, eu pudesse encontrar uma palavra.
Esta é mesma estação que descobrimos juntos:
ainda cai uma goteira, brilha a cereja por detrás da chuva.
Porém, nossas sombras movidas pelas chamas
vive mais tempo do que nós.
Sim, esta é a mesma estação que descobrimos juntos.
-Eu enchi as mãos de cerejas, estas
mãos enchiam o meu copo de vinho.
Ela olha o fogo que envelhece.
apesar de seu rosto diante do fogo,
e de nossas sombras movidas pelas chamas.
Talvez, sim, eu pudesse encontrar uma palavra.
Esta é mesma estação que descobrimos juntos:
ainda cai uma goteira, brilha a cereja por detrás da chuva.
Porém, nossas sombras movidas pelas chamas
vive mais tempo do que nós.
Sim, esta é a mesma estação que descobrimos juntos.
-Eu enchi as mãos de cerejas, estas
mãos enchiam o meu copo de vinho.
Ela olha o fogo que envelhece.
Ilustração: ajacomelli.blogspot.com
No comments:
Post a Comment