Saturday, December 06, 2014

Outra poesia de Silvia Favaretto



Nocturno I                                                

Silvia Favaretto

El cofre del cielo
se abre a tus ojos:
amatista, zafiro y diamantes.
S. F.

Un manto violeta
es la noche,
una sábana que alguien
ha clavado sobre este cielo
como la hoja azul, estrellada,
que se acostumbra pegar
tras el pesebre.
Pero la luna esta noche
ha dicho basta,
cansada de estar colgando
como un farol chino
de papel translúcido y luminoso.
Ha hecho su equipaje
(un velo de cristal
transparente como el mar,
que encierra un centenar
de sus estrellas favoritas)
y derramando sus últimas
lágrimas de lluvia
(¿Por qué nos sentimos siempre culpables
cuando lo único que hacemos es
darnos cuenta que
no tenemos la capacidad de amar
ni de vivir sin ser amados?)
ha dejado el índigo escenario.

De La carne del tiempo, Editorial Artificios, Bogotá, 2002

Noturno

Um cofre do céu
se abre a teus olhos:
ametista, safira e diamantes.

S.F.

Um manto de púrpura
é a noite,
uma folha que alguém
cravou sobre este céu
como a folha azul, estrelada,
que se costuma pegar
depois da manjedoura.

Porém, a lua esta noite
já disse basta,
cansada de estar pendente
como uma lanterna chinesa
de papel translúcido e luminoso.
Já fez sua bagagem
(um véu de vidro
transparente como o mar,
que encerra uma centena
de suas estrelas favoritas)
e derramando suas últimas
lágrimas de chuva
(Por que sempre nos sentimos culpados
quando tudo o que fazemos é
perceber que
não temos a capacidade de amar
ou  de viver sem ser amado?)
já deixou o indigno cenário.

De  “ A Carne do tempo”, Artífice Editorial, Bogotá, 2002

Ilustração: polismar.blogspot.com

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