És
lírio delicado
Que
morres de vergonha
Quando
te dizem que és bela.
No
entanto, andas como se voasses,
Com
a sutileza de uma bailarina
E
o som do roçar das asas dos anjos.
Mas,
o mais grave, o mais perigoso,
Além
do teu sorriso, fruta doce, nova do quintal
Ou
do teu cheiro de flores na primavera,
São
teus olhos, estes faróis de doçura e de prazer,
Que
me dizem sempre o que não devem dizer,
E
me guiam rumo ao teu corpo,
Universo
e lição de desejos,
Dever
de casa da sensualidade,
Para
aprender na tua pele de seda,
Sede
da paixão, calor de fogo eterno,
Como
se deve amar,
Como
se deve ser criança
E
brincar com o fogo do desejo,
Que
se acende em tuas pernas,
Com
a curiosidade dos que não sabem de nada,
E
beber nos teus seios
Que
ouriçados são espadas de prazer,
Morros
brancos de delícias,
E aflito compreender
Que
tudo deve ser lento, devagar,
Para
ser mais bonito,
Pois,
o amor se renova,
Se desfaz, se esfuma sólido
Como uma pluma
E é exigente, insaciável, infinito,
Como
um grito
Que
se perde pelo ar
Ou um barco que navega, sem rumo, pelo mar
Sem
nunca o porto alcançar.
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