José
Luis Vega
Todo
es lluvia y de pronto
una
mujer avanza entre la lluvia.
Sortea
cada bache
con
breve pie de pájaro aterido.
Peinados
contra el frío los cabellos.
La
falda entre sus muslos
amparándose.
Avanza
contra un fondo
lluvioso
de paredes.
El
fuego del relámpago,
el
trueno la apresuran.
Camina
ajena al signo interrogante
que
orla su traje al viento,
ajena
a los misterios que salpica
su
paso por la lluvia.
¿Qué
la trae, qué la lleva, de qué rayo
procede
su energía?
¿Su
nombre,
en
qué aguacero?
¿Su
rostro,
en
qué llovizna?
¿Qué
amada voz, qué urgencia,
hacia
qué oído
los
golpes de sus tacos se deslizan?
Amparada
en la flor de la sombrilla
cruza:
es
lo único vivo
en
la muerte interina de la lluvia.
MULHER NA CHUVA
Tudo
é chuva
uma
mulher avança em meio à chuva.
Contorna
cada obstáculo
com
um suave pé de pássaro.
Cabelos
penteados contra o frio.
Saia
entre as coxas
protegendo-se.
Avanços
contra um fundo
de
pingos nas paredes.
O
fogo do relâmpago,
o
estrondo do trovão.
Caminha
alheia ao ponto de interrogação
que
orna seu traje de vento,
alheia
aos mistérios
que
salpicam seus passos pela chuva.
O
que a traz, o que a leva, de que raio
provém
sua energia?
Seu
nome,
em
que aguaceiro?
Seu
rosto,
em
que garoa?
Que
amada voz, que urgência,
a
qual orelha
os
golpes de seus sapatos deslizam?
Coberta
de um guarda-chuva de flores
atravessa:
é
a única vida
na
morte interina da chuva.
No comments:
Post a Comment