Robert Frost at Eighty
Peter Boyle
I
think there are poems greater and stranger than any I have known.
I
would like to find them.
They
are not on the greying paper of old books
or
chanted on obscure lips.
They
are not in the language of mermaids
or
the sharp-tongued adjectives of vanishing.
They
run like torn threads along paving stones.
They
are cracked as the skull of an old man.
They
stir in the mirror
at
fifty,
at
eighty.
My
ear keeps trying to hear them
but
the seafront is cold.
The
tide moves in.
They
migrate like crows at a cricket ground.
They
knock at the door when I am out.
I
have done with craft.
How
can I front ghosts with cleverness,
the
slick glide of paradox and rhyme
that
transforms prejudice
to
brittle gems of seeming wisdom?
Though
I bury all I own or hold close
though
my skin outlives the trees
though
the lines fall shattering the stone
I
cannot catch them.
They
have the lilting accent
of
a house I saw but never entered.
They
are the sounds a child hears –
the
water, the afternoon, the sky.
I
watch them now
trickling
through the open mirror.
Sometimes,
but almost never
we
touch what we desire.
Robert
Frost aos oitenta
Penso
que existem poemas maiores e mais estranhos do que qualquer um que temos
conhecido.
Eu
gostaria de encontrá-los.
Eles
não estão em papéis cinzentos ou velhos livros
ou
cantados em escuros lábios.
Eles
não estão em cantos de sereias
ou
nos adjetivos das filosas línguas em desaparecimento.
Correm
como fios rasgados através das lesmas.
Estão
rachados como o crânio de um homem velho.
Se
revolvem no espelho
aos
cinquenta,
aos
oitenta.
Meu
ouvido segue tentando escutá-los
porém,
a muralha é fria.
A
maré avança.
Migram
como corvos até um campo de grilos.
Tocam
a porta quando estou fora.
Eu
tenho feito com habilidade.
Como
posso enfrentar fantasmas com inteligência,
o
hábil deslizamento do paradoxo e do ritmo
que
transforma em prejuízo
as
gemas frágeis de sabedoria aparente?
Ainda
que eu
enterre tudo o que possuir ou mantenha tudo perto de mim
que
minha pele sobreviva às árvores
ainda
que as linhas se precipitem estilhaçando as pedras
Eu
não posso pegá-los.
Eles
têm os acentos monótonos
de
uma casa que eu já vi, mas, que nunca entrei.
Eles
são o som que uma criança ouve-
a
água, a tarde, o céu.
Eu
escuto eles agora
escorrendo
através do espelho aberto.
Algumas
vezes, mas, nem sempre
nós
podemos tocar aquilo que desejamos.
Ilustração:
paintingandframe.com.
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