Noli me tangere
Yves
Bonnefoy
Hésite
le flocon dans le ciel bleu
A
nouveau, le dernier flocon de la grande neige.
Et
c'est comme entrerait au jardin celle qui
Avait
bien dû rêver ce qui pourrait être,
Ce
regard, ce dieu simple, sans souvenir
Du
tombeau, sans pensée que le bonheur,
Sans
avenir
Que
sa dissipation dans le bleu du monde.
«Non,
ne me touche pas», lui dirait-il,
Mais
même dire non serait de la lumière.
NOLI ME TANGERE
Hesita
o floco diante da neve no céu azul
A
neve, último floco da grande nevada.
E
é como se no jardim entrasse a que
Bem
poderia ainda sonhar com o que poderia
ser,
Esse
olhar, esse deus simples, sem memória
Do
sepulcro, sem outro pensamento que a sorte,
Sem
outro futuro
Que
sua dissolução no azul do mundo.
"Não
me toques, não", lhe diria ele,
Porém, até o dizer
não seria luminoso.
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