AHORA
Julio
Miranda
Ahora
bebes ron y escribes este poema
un
micrófono oculto puede estar captando
el
tecleo de la máquina, el crepitar del cigarrillo, los crujidos cada vez que te
mueves.
En
la camioneta donde graban ruidos tan banales
maldiciendo
una misión aparentemente estúpida
los
técnicos toman café, fuman, ríen ante algún chiste grosero que quizás tenga que
ver con
tu
esposa.
No
te asomes. Se irán dentro de poco, convencidos de que esta noche nada pasará.
Sigue
escribiendo, pues, tu poema
o,
mejor, termínalo.
Pero
no lo leas en voz alta
por
si acaso.
AGORA
Agora
bebes rum e escreves este poema
um
microfone oculto pode estar captando
o
teclar da máquina, o crepitar do
cigarro, os ruídos cada vez que te moves.
Na
camionete onde gravam ruídos tão banais
maldizendo
uma missão aparentemente estúpida
os
técnicos tomam café, fumam, riem de uma piada suja que , talvez, tenha a ver com
tua esposa.
Não
apareças. Eles vão sair em breve, convencidos de que esta noite não vai
acontecer nada.
Segue
escrevendo, pois, teu poema
ou
melhor, é bom terminá-lo.
Porém,
não o leias em voz alta,
por
acaso.
Ilustração: Vicio da Poesia.
No comments:
Post a Comment