Wednesday, July 19, 2017

Outro poema de Julio Miranda



AHORA

Julio Miranda

Ahora bebes ron y escribes este poema
un micrófono oculto puede estar captando
el tecleo de la máquina, el crepitar del cigarrillo, los crujidos cada vez que te mueves.
En la camioneta donde graban ruidos tan banales
maldiciendo una misión aparentemente estúpida
los técnicos toman café, fuman, ríen ante algún chiste grosero que quizás tenga que ver con
tu esposa.
No te asomes. Se irán dentro de poco, convencidos de que esta noche nada pasará.
Sigue escribiendo, pues, tu poema
o, mejor, termínalo.
Pero no lo leas en voz alta
por si acaso.

AGORA

Agora bebes rum e escreves este poema
um microfone oculto pode estar captando
o teclar da máquina, o crepitar do  cigarro, os ruídos cada vez que te moves.
Na camionete onde gravam ruídos tão banais
maldizendo uma missão aparentemente estúpida
os técnicos tomam café, fumam, riem de uma piada suja que , talvez, tenha a ver com tua esposa.
Não apareças. Eles vão sair em breve, convencidos de que esta noite não vai acontecer nada.
Segue escrevendo, pois, teu poema
ou melhor, é bom terminá-lo.
Porém, não o leias em voz alta,
por acaso.

Ilustração: Vicio da Poesia. 

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