Monday, July 31, 2017

Mais uma poesia de Lila Calderón


DIFERENCIAS SEMÁNTICAS

Lila Calderón

El tiempo se devuelve y enmudece/ perdemos/ estamos perdiendo el juego que nunca creímos jugar/ De voz en voz/ nuestras fuerzas se diluyen/ En este encuentro/ cada cual al otro lado de su destino/ espera/ Aparecemos sin cruzar las palabras confusas/ que nos someten/ Callar es a veces la solución/ el casillero vacío que impide el puzzle/ Que no nos entendamos/ no es extraño/ para eso se escriben las canciones/ que después recordaremos/ a la orilla de los años/ No se puede negar/ Siempre algo sobra o falta/ para comprender el rompecabezas/ No existe el paisaje perfecto/ No somos el uno para el otro/ y no hay otro para uno/ ni se puede extraer desde el espejo/ la imagen que nos complete/ Otra máscara desvanece su guiño/ y un montón de ropa nos dibuja en el recuerdo/ Nos amábamos sabiéndonos/ complejos/ en crisis/ escapando del pasado intentando abordarnos desde la duda / a tientas/ Cómo saber para ganar o perder tiempo/ para no caer sin poner las manos/ No tenemos siete vidas y el cuento es breve/ Un sol exageradamente sol invalida mi cortina/ como un signo/ asalta el cielo/ y hace latir los tejados/ Un sol como aquel que llegó contigo/ estalla en el horizonte/ y se derrama gota a gota/ La complicación es ahora rehacerse en dos/ Dejar de sentirte/ o adivinar tu rumbo/ Pero por si ésta fuese una despedida/ desearía/ que identifiques y te lleves contigo/ las palabras que siempre quisiste oír/ porque como dijo un amigo/ nuestros desencuentros son tan solo pequeñas diferencias semánticas/ Por supuesto/ debo reconocer que el lenguaje/ es el arma más mortífera de todas.
  
Diferenças semânticas

O tempo se devolve e emudece / perdemos / estamos perdendo o jogo que nunca acreditamos jogar / de voz em voz/ nossas forças se diluem / Neste encontro/ cada qual o outro lado do seu destino / espera / Aparecemos sem cruzar as palavras confusas / que nos submetem/ Calar, às vezes, é a solução /a casa vazia que impede o quebra-cabeças / que não nos entendemos / não é estranho / para isso se escrevem as canções/ que depois recordaremos / na borda dos anos /Não se pode negar / sempre algo sobra ou falta / para compreender o quebra-cabeça / Não há paisagem perfeita / Não somos um para o outro / e não há outro para um / nem se pode extrair do espelho / a imagem que nos complete / Outra máscara evapora sua piscadela / e um monte de roupas nos desenha a memória / Nos amávamos nos sabendo-nos/ complexo / em crise / escapando do passado tentando nos abordar a partir da dúvida / tateando / Como saber para ganhar ou perder tempo / para não cair, sem colocar as mãos / Não temos nove vidas e a história é breve /Um sol desproporcional invalida minha cortina / como um sinal / assalta o céu / e faz tremer os telhados / um sol como aquele que chegou contigo / estoura no horizonte / e se derrama gota a gota / A complicando é agora refazer-se em dois / Deixar de sentir-te / ou adivinhar o teu rumo /Porém, se isto fosse uma despedida / desejaria / que me identifiques e que leves contigo / as palavras que sempre quisestes ouvir / porque, como disse um amigo / nossas divergências são apenas pequenas diferenças semânticas / por suposto / devo admitir que a linguagem / é a arma mais mortal de todas.


Ilustração: opiniaocentral.wordpress.com. 

No comments: