Thursday, July 27, 2017

Uma poesia de Dacia Maraini

Ho sognato di volare                   
Dacia Maraini

Ho sognato di volare
tante volte in una
una volta in tante,
leggera sopra i tetti
con un sospiro di gioia nera
posandomi sui cornicioni
seduta in bilico su un comignolo
quanto quanto quanto
ho camminato sulle vie
ariose dell’orizzonte
fra nuvole salate e raggi di sole
un gabbiano dal becco aguzzo
un passero dalle piume amare
erano le sole compagnie
di una coscienza addormentata
vorrei saper volare
ancora in sogno ancora,
come una rondine,
da una tegola all’altra
e poi sputare sulle teste
dei passanti e ridere
della loro sorpresa, piove?
O sono lacrime di un Dio ammalato?
Volo ancora, ma nelle tregue del sonno
il piede non più leggero
scivola via, una mano si aggrappa
alla grondaia che scappa
vorrei volando volare
e riempire di allegrie
le spine del buio.

EU SONHEI EM VOAR

Eu sonhei em voar,
Tantas voltas numa
uma volta em tantas,
luz por cima dos telhados
com um suspiro de alegria negra
pousando sobre a cornija
sentada equilibrada em uma chaminé
quanto quanto quanto
hei andado pelas ruas
arejadas do horizonte
entre nuvens salgadas e raios solares
uma gaivota de bico afiado
um pardal de penas amorosas
foram as únicas companhias
de uma consciência adormecida
voarei por saber voar
ancorado em um sonho ancorado,
como uma andorinha,
sobre uma telha
e depois cuspirei nas cabeças
dos transeuntes e rirei
de sua surpresa, chove?
Ou são lágrimas de um Deus doente?
Voarei de novo, mas, na trégua do sono
o pé não mais ligeiro
se esvai, uma mão agarra
a calha que foge
voarei voando a voar
e preenchendo de alegria
os espinhos escuros.



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