Delmira
Agustini
Yo
no sé si mis ojos o mis manos
encendieron
la vida en tu retrato;
nubes
humanas, rayos sobrehumanos,
todo
tu Yo de Emperador innato
amanece
a mis ojos, en mis manos.
¡Por
eso, toda en llamas, yo desato
cabellos
y alma para tu retrato,
y
me abro en flor!… Entonces, soberanos
de
la sombra y la luz, tus ojos graves
dicen
grandezas que yo sé y tú sabes…
y
te dejo morir… Queda en mis manos
una
gran mancha lívida y sombría…
¡Y
renaces en mi melancolía
formado
de astros fríos y lejanos!
Com teu retrato
Eu
não sei se meus olhos ou minhas mãos
incendiaram
a vida em teu retrato;
nuvens
humanas, raios sobre-humanos,
todo
tu e eu de imperador inato
amanhece
nos meus olhos, nas minhas mãos.
É
por isso que, tudo em chamas, eu desato
cabelos
e alma para o teu retrato
e
eu me abro em flor! ... Então, soberanos
da
sombra e da luz, teus olhos graves
dizem
grandezas que eu e tu sabes ...
e
te deixo morrer ... Fica nas mãos minhas
um
grande mancha, lívida e sombria ...
E
renasces na minha melancolia
formada
de estrelas frias e retiradas!
Ilustração:
Maria Antonieta Lourenço.
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