Friday, October 05, 2018

Outra poesia de Gilberto Owen


Es ya el cielo                                                            Gilberto Owen

Es ya el cielo. O la noche. O el mar que me reclama
con la voz de mis ríos aún temblando en su trueno,
sus mármoles yacentes hechos carne en la arena,
y el hombre de la luna con la foca del circo,
y vicios de mejillas pintadas en los puertos,
y el horizonte tierno, siempre niño y eterno.
Si he de vivir, que sea sin timón y en delirio.

É já o céu

É já o céu. Ou a noite. Ou o mar que me reclama
com a voz dos meus rios ainda que tremendo em seu troar,
os seus mármores deitados feito carne na areia,
e o homem da lua com a foca do circo,
e os vícios das bochechas pintadas nos portos,
e o horizonte terno, sempre criança e eterno.
Se tenho que viver, que seja sem leme e em delírio.


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