José
Albi
¿Me
oyes, amor? Hay un fragor de trenes,
o
quizá de batanes o de espigas
que
te aleja de mí. No, no me digas
que
te irás para siempre. Los andenes
se
despoblaron. Yo, regreso. Penes
por
donde penes, corazón, no sigas,
no
te sigas marchando. Más fatigas
y
más amor perdido si no vienes.
Ay,
dolor, que yo sé lo que me pasa.
Que
mi casa sin ti ya no es mi casa,
y
el aire ni respira ni madura.
Que
estás dentro de mí, pero no basta
aunque
te lleve hasta los huesos, hasta
la
misma pena que hasta ti me dura.
SONETO DA AUSÊNCIA
Me
ouves, amor? Há um barulho de trens,
ou
talvez de moinhos ou de espigas
que
te afasta de mim Não, não me digas
que
te irás para sempre. As plataformas
se
despovoaram. Eu regresso. Penes
por
onde penes, coração, não sigas,
não
sigas marchando Mais fatigas
e
mais amor perdido se não vens.
Oh,
dor, que eu sei o que me passa.
Que
minha casa sem ti não é minha casa
e
o ar não respira nem amadurecerá.
Que
estás dentro de mim, porém, não basta
ainda
que te leve os ossos, até
a
mesma pena que ainda me dura.
Ilustração:
Overdose de Poema e Outras Drogas.
No comments:
Post a Comment