Friday, August 30, 2019

Outra poesia de Amiri Baraka




PREFACE TO A TWENTY VOLUME SUICIDE NOTE

Amiri Baraka

Lately, I've become accustomed to the way
The ground opens up and envelopes me
Each time I go out to walk the dog.
Or the broad edged silly music the wind
Makes when I run for a bus...

Things have come to that.

And now, each night I count the stars.
And each night I get the same number.
And when they will not come to be counted,
I count the holes they leave.

Nobody sings anymore.

And then last night I tiptoed up
To my daughter's room and heard her
Talking to someone, and when I opened
The door, there was no one there...
Only she on her knees, peeking into

Her own clasped hands


PREFÁCIO PARA UM BILHETE SUICIDA DE VINTE VOLUMES

Ultimamente, tenho me acostumado ao jeito
Com que o chão se abre e me envolve
Cada vez que saio para passear com o cachorro.
Ou a música simplesmente cortante que o vento faz
quando corro para alcançar o ônibus...

As coisas chegaram a esse ponto.

E agora, a cada noite conto as estrelas.
E a cada noite obtenho o mesmo número.
E quando elas não se mostram para serem contadas,
Conto os buracos que deixam.

Ninguém canta mais.

E, então, na noite passada subi na ponta dos pés
Para o quarto da minha filha e a escutei
Conversando com alguém, e quando abri
A porta, não havia ninguém lá...
Só ela, de joelhos, espiando  

Suas próprias mãos entrelaçadas


No comments: