Jean-Michel
Maulpoix
«
La couleur du poème dépend de la quantité de lumière
Qui
se réverbère en son encre.
Elle
change au gré de l’heure, de l’âge et de la langue.
Incolore
au commencement,
quand
il n’est encore qu’une aspiration vague.
D’un
blanc de page vide,
il
tend vers le gris en rêvant son encre prochaine.
Aube
indécise sur le papier.
Tels
brouillards ou fumées qui montent.
C’est
pourtant vers le bleu qu’il s’enlève le plus souvent,
Accroissant
son ciel et son eau,
entrouvrant
sur la page une vague idée d’azur.
Noir,
si rien ne le tire hors de soi,
prisonnier
qu’il demeure des signes.
Rouge,
quand il accélère, s’enfièvre, circule et bat.
Or
d’étincelle ici et là en son ballet de feuilles mortes.
Vert
en mai devant l’arbre, blanc de décembre sous la neige,
Mais
d’une couleur indistincte quand s’y penche un visage aimé. »
A COR DO POEMA
"A
cor do poema depende da quantidade de luz
Que
reverbera em sua tinta.
Ele
muda de acordo com o tempo, a idade e a língua.
Incolor
no começar,
quando
não é mais que uma aspiração vaga.
De
um branco de página vazia,
tende
para o cinza enquanto sonha sua próxima tinta.
Amanhecer
indeciso sobre o papel.
Tais
nevoeiros ou fumaça subindo.
É,
talvez, para o azul que se eleva mais
amiúde,
Incrementando
seu céu e sua água,
Entreabrindo
em sua página uma vaga ideia de azul.
Negro,
sem nada o tirar de si mesmo,
prisioneiro
que permanece dos sinais.
Vermelho,
quando acelera, dispara, circula e bate.
O
ouro brilha aqui e ali em seu balé de folhas mortas.
Verde
em maio na frente da árvore, branco em dezembro na neve,
Mas,
de uma cor indistinta ao assomar um
rosto amado. "
Ilustração:
Portal do Professor.
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