Monday, January 13, 2020

Poema segundo do vazio

E, passou, como um sopro nas cortinas     
ou um olhar nas retinas, 
a surpresa e a alegria 
de se viver um novo dia, 
onde uma invisível tristeza, 
toldava toda beleza 
de sonhar e de querer. 
Tentou, como último recurso, 
fingir que a mágoa não existia, 
que o pensamento insistente
fosse uma ilusão, 
como uma sombra que se apaga, 
Porém, era tarde, muito tarde, 
tanto que avistou no tempo já nublado
toda a inutilidade do passado, 
do presente, do esperado
e se quedou esmagado
pelo peso inesperado
incomensurável, imenso do vazio!

Ilustração: Bing. 

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