Friday, January 31, 2020

Uma poesia de Daisy Zamora



AL PIE DE LA DIOSA BLANCA

Daisy Zamora

Es cierto que te he traicionado.
Por años te pospuse con argumentos vanos.
¡Cómo desatendí tus llamados!
Quise taparme los oídos con la dorada
cera de las abejas, pero
no era de sirenas tu canto.
Hasta en sueños me perseguías
e hiciste yunque de mi pobre cabeza
y yo, necia, me negaba a obedecerte.
Pero prevaleciste, oh Diosa, sobre mí
y sobre la voluntad de quienes quisieron
encadenarme en el antiquísimo rol.
Tampoco puede decirse que fui cobarde
porque de algún modo supe resistir.
Te filtrabas, aliento que hinchó el alma.
He sobrevivido al menos, Diosa, y te hablo,
vencedora: soy tuya para siempre.
      
AO PÉ DA DEUSA BRANCA
              
É certo que eu te traí.
Por anos, te posterguei com argumentos vãos.
Como desatendi teus chamados!
Quis tapar os meus ouvidos com a dourada
cera das abelha, porém
não era de sereias o teu canto.
até em sonhos me perseguias
e fizeste bigorna da minha pobre cabeça
e eu, tola, me negava a obedecer-te.
Porém, prevaleceste, oh Deusa, sobre mim
e sobre a vontade daqueles que queriam
me acorrentar no antigo papel.
Tampouco se pode dizer que fui covarde
porque de algum modo soube resistir.
Te filtravas, respiração que inchou a alma.
Eu sobrevivi ao menos, Deusa, e te falo,
vencedora: sou tua para sempre.









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