A la brevedad de
la vida
Francisco Quevedo
¡Cómo
de entre mis manos te resbalas!
¡Oh
cómo te deslizas, vida mía! ¡Qué mudos pasos tras la muerte fría
con pisar vanidad, soberbia y galas!
Ya cuelga de mi muro sus escalas,
y es su fuerza mayor mi cobardía:
Por vida nuevo tengo cada día,
que el tiempo cano nace entre las alas.
¡Oh mortal condición! ¡Oh dura suerte!
¡Que no puedo querer ver el mañana
sin temor de si quiero ver mi muerte!
Cualquier instante de esta vida humana
es un nuevo argumento que me advierte
cuán frágil es, cuán mísera y cuán vana.
A BREVIDADE DA
VIDA
Como
de entre minhas mãos tu resvalas!
Oh!
como te deslizas, minha vida!
Que
mudos passos trás a morte friacom o pisar da vaidade, soberba e galas!
Já balança no meu muro suas escalas,
e é sua força maior minha covardia:
Para uma nova vida tenho cada dia,
que o tempo cano nasce entre as asas.
Oh! Condição mortal! Oh! Dura sorte!
Que não posso querer ver o amanhã
sem temor de assim ver minha morte!
Qualquer instante desta vida humana
é um novo argumento que me adverte
quão
frágil é, quão miserável e tão vã.
Ilustração:
https://pauloaeborges.blogspot.com/2013/11/a-vida-e-breve-alma-e-vasta-ter-e-tardar.html.
No comments:
Post a Comment