APROAR
Aurora Luque
Vino la poesía de
improviso.
A mí, que me sentía
malquerida por ella
-porque yo no la quise a su
capricho-
me dijo: Túmbate y mira al
cielo.
Vuelve al ciclo del huerto,
vuelve al mar mitológico.
¿No adorabas de niña las
mochilas?
Da la espalda al vecino
vertedero
de datos, ruido y prosa.
Traduce -a ver si puedes-
esa gracia del mundo
que es aullido y sonrisa.
Métete ya en un barco
con proa de dragón.
Fuiste vikinga, sí,
aunque no lo sepas.
Así que bebe océano,
come islas y duerme ya en
los bosques
que metí entre tus sueños
de once años.
APROVAR
Veio a poesia de improviso.
A mim, que me sentia
malquerido por ela
-porque eu não quis os seus
caprichos-
me disse: deite-se e olhe
para o céu.
Volta ao ciclo do horto,
Volta ao mar mitológico.
Não adoravas mochilas
quando criança?
Vire as costas para o lixão
vizinho
de dados, ruído e prosa.
Traduza- veja se consegue-
essa graça do mundo
que é uivo e sorriso.
Meta-se já em um barco
com proa de dragão
Fostes viking, sim
Embora não saibas.
Assim beba oceano
coma ilhas e durma nas
florestas
que eu coloquei entre seus
sonhos
de onze anos.
Ilustração: Guia Infantil.
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