Saturday, February 18, 2023

Uma poesia de Angelina Weld Grimké



THE EYES OF MY REGRET

Angelina Weld Grimké

Always at dusk, the same tearless experience,

The same dragging of feet up the same well-worn path

To the same well-worn rock;

The same crimson or gold dropping away of the sun

The same tints—rose, saffron, violet, lavender, grey

Meeting, mingling, mixing mistily;

Before me the same blue black cedar rising jaggedly to a point;

Over it, the same slow unlidding of twin stars,

Two eyes, unfathomable, soul-searing,

Watching, watching—watching me;

The same two eyes that draw me forth, against my will dusk after dusk;

The same two eyes that keep me sitting late into the night, chin on knees

Keep me there lonely, rigid, tearless, numbly miserable,

       —The eyes of my Regret.

OS OLHOS DO MEU REMORSO

Sempre ao entardecer, a mesma experiência sem lágrimas,

O mesmo arrastar de pés pelo mesmo caminho bem gasto

Pela mesma pedra gasta;

O mesmo rubro ou ouro do sol poente.

As mesmas tintas - rosa, açafrão, violeta, lavanda, cinza

Encontrando-se, misturando-se, misturando-se nebulosamente;

Antes de mim, o mesmo cedro azul e negro erguendo-se irregularmente até um ponto;

Sobre ela, o mesmo lento desenrolar de estrelas gêmeas,

Dois olhos, insondáveis, penetrantes,

Observando, observando - observando-me;

Os mesmos dois olhos que me atraem, contra a minha vontade, entardecer após entardecer;

Os mesmos dois olhos que me mantêm sentado até tarde da noite, queixo nos joelhos

Mantenho-me lá sozinho, rígido, sem lágrimas atordoado miserável,

        - Os olhos do meu remorso.

Ilustração: Depositphotos.


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