na noite alucinada
aplacar
o desejo e a aflição a me queimar?
Quem há de me secar
esta paixão a latejar
querendo em suor e ais
se sufocar?
Quem virá na escuridão,
como um ladrão,
sem pressa de roubar,
nem medo da polícia,
com uma vil blandícia
se apossar
de meu insone coração?
Quem virá matar,
de tanto amor,
a fome
com uma pá de beijos e suave perfume?
Quem, com carícia e mansidão,
há de plantar, em mim, a ilusão
e, como um boi indefeso, me marcar
com seu nome que nem sei,
mas, que há de ficar
um tempo tão sem fim
que será, no meu corpo, visível
até depois de mim?
Ilustração: pt.forwallpaper.com
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