POESÍA
EN PROZAC
María
Montero Zeledón
Dan
terror las señoras perdidas en la playa, las niñas con mucho pelo, los cubos
vacíos.
Dan
terror los compañeros de universidad, de viaje, de trabajo. Los cantantes malos
y los hombres que envejecen mucho antes que sus nietos.
Da
terror saber que un libro es bueno sin haberlo leído, sentirse agradecido
cuando alguien nos mira equivocadamente, que la gente te salude en un país
extraño.
Dan
terror el uso del plural y las unas recién cortadas.
Da
terror estar siempre de espaldas o en un cuarto de hotel con toda la vida por
delante.
Da
terror todo lo que vive con ganas de quedarse, dormir mas de 24 horas, que
nadie se de cuenta que los negros no tocan heavy metal.
Da
terror ignorar que siempre es más lo que se pierde, no comer aguacate, no
sentir que el mar es el destino que nos huye.
Dan
terror las cosas que no duelen, como llegar a un lugar sin saber como. E
incluso sabiéndolo.
Poesia em Prozac
Dá-me
terror as senhoras perdidas na praia, as meninas longos cabelos, baldes vazios.
Dá-me
terror os companheiros de universidade, de viagem, de trabalho. Os cantores
ruins e os homens que envelheceram muito antes de seus netos.
Do
terror de saber que um livro é bom sem tê-lo lido, sentir-se grato quando
alguém nos olha equivocadamente, que as pessoas te cumprimentem num país
estranho.
Do
terror de usar o plural e das unhas recém-cortadas.
Do
terror de estar sempre deitado ou em um quarto de hotel com toda a vida pela
frente.
Do
terror de tudo o que vive com desejo de ficar, dormir mais de 24 horas, que
ninguém se dê conta que os negros não tocam heavy metal.
Do
terror que sempre ignora o que se perde, não comer abacate e não se sentir que
o mar é o destino que nos foge.
Do
terror das coisas que não doem, como chegar a um lugar sem saber como. E inclusive
conhecê-lo.
Ilustração:
www.devir.com.br
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